quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O sentimento de Cristo

"Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus..." (Fl. 2:5)

Eu sei, esse texto fala principalmente da humildade, mas não há uma expressão melhor do que esta para o meu texto de hoje.
Por diversas vezes encontramos a expressão "íntima compaixão" nos livros do Evangelho. O bom samaritano moveu-se de íntima compaixão (Lc. 10:33), o pai do filho pródigo da mesma forma (Lc. 15:20). Mas quem realmente mais teve esse sentimento foi Jesus; encontramos várias vezes "e movendo-se de íntima compaixão...".

Hoje, quando estava indo para o serviço, descendo a rua vi um senhor bem trajado, sentado em uma cadeira no meio da calçada, com uma garrafinha de água nas mãos. Ao passar por ele, percebi que suas mãos estavam feridas, bem como seu rosto e seus braços. Continuei andando, mas algo me fez voltar para perguntar se ele precisava de ajuda. Ele agradeceu e disse que não. Segui meu caminho, mas me veio ao coração o texto de hoje: o sentimento de Cristo.

Antes de curar, muitas vezes sobreveio sobre o Senhor um sentimento de "íntima compaixão"; afinal de contas, Ele detinha sobre si o poder do Espírito Santo, e poderia aliviar a dor daquelas multidões.
Jesus não era movido por orgulho ou um ideal de altivez; não queria ser visto ou exaltado, mas sempre dava a glória ao Pai. O sentimento que movia Jesus era simples e puro: compaixão, íntima compaixão.

Compaixão é formada de dois radicais: com + paixão; todos sabemos o que a paixão pode fazer. Ela é desesperadora, arrebatadora, você só consegue ver aquilo.
Cristo não apenas era movido por uma com + paixão; era uma íntima compaixão, um sentimento tão forte, tão desesperador que a única solução que Ele poderia tomar era curar, aliviar, trazer o Reino para aquelas vidas aflitas.

Queria saber aonde está a Noiva do Noivo que se move com íntima compaixão pelas almas; cadê a Igreja que se prostra e se consome por amor aos perdidos; alguém me aponte aonde estão as ovelhas que seguem o seu Pastor ao campo de feridos.
O apóstolo Paulo disse: Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus... eu não me lembro de Cristo com sentimentos de soberba, de grandeza, de ganância, ideiais de megas construções ou abastecido com o emocionalismo do povo.

Cristo moveu-se de íntima compaixão e curou, salvou, trouxe vida e redenção. E tudo que Ele deixou para a Igreja foi a ordem de ir, pregar o evangelho a toda criatura, curar os enfermos e expulsar os demônios.
Ele não mandou construir gigantescos templos, Ele não mandou criar 24 mil denominações, Ele não mandou pedir dinheiro para que as portas e janelas (e até o telhado) do céus se abrissem. Ele só mandou ir, pregar, curar e libertar! Apenas isso.

Mais uma vez me perguntou: Aonde está a Noiva do Noivo? Aquela que se adorna a si mesma, aquela que tem roupas alvas, mas não se importa de carregar os feridos, de levantar o caído, de estender a mão ao desamparado. Aonde está a Noiva do Noivo que se move com íntima compaixão por aqueles que andam a passos largos para as portas da perdição?

Aonde está a Noiva do Noivo?


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