Lembra-se dessa época?
Que nossa única preocupação era com o doce de sobremesa, ou a brincadeira de roda.
Lembra-se quando podíamos andar descalços
e todos achariam isso super normal?
Lembra-se quando dizíamos tudo que pensávamos e queríamos,
e somente assim aprendíamos as palavras corretas,
o que poderia ou não ser dito.
Lembra-se quando nossas burrices eram
motivo de risos entre nossos pais e avós?
Lembra-se quando nos divertíamos correndo atrás de pombas nas praças, ou pulando ondas no mar?
Lembra-se que nosso mundo era tão grande para nós, mas tão pequeno diante da realidade de nossos mestres, mas mesmo assim, tínhamos total controle sobre ele?
Lembra-se? Eu me lembro e sinto saudades.
Gosto de estrelas, céu limpo com lua cheia.
Amo jardins. Flores e perfumes, borboletas e sons.
Sinto falta de sentar nos ancoradouros do Pontão
e ver a luz do Pier 21 sobre o Lago.
Caminhar sem destino no Shopping com minha melhor amiga?
Não tem preço!
Sentir a grama verde ao pisar o chão. Faz tempo que não faço isso!
Na verdade, não faço muito do que realmente gosto, coisinhas simples que nos abrem o sorriso, há muito mais tempo do que gostaria.
Acontece que o tempo nos rouba esses pequenos prazeres.
Somos obrigados, sem qualquer consulta prévia ou concordância,
a viver a vida de gente grande.
E muitas vezes nossa agenda lotada, a mesa cheia de processos e prazos,
as preocupações que abarrotam nossa mente,
nos privam de viver de forma mais leve.
Preciso aprender a contornar minhas burrices.
É necessário desacelerar!
Desistir de carregar o peso da culpa.
Ser menos carrasca de si mesma.
Cobrar-se menos.
Viver sem (muita) ansiedade.
Lembrar-se daquela época, doce época, em que tudo era sonho e alegria,
e viver um pedacinho disso todos os dias, sem medo de permitir que a menina conviva com a mulher.
Abraços,
Sua sempre, Rachel=)