Ele não tinha coragem de encará-lO.
Embora tenha sido o primeiro a pisar naquela praia, após uma longa e cansativa noite de pescaria, seu coração não aceitava ser alvo daquele Amor.
E por que Ele tinha quer vir aqui?
Um local de tantos encontros, de tantos milagres, de tantos ensinos.
Já tínhamos caminhado juntos por, quanto tempo mesmo? Ah, três incríveis anos.
Mas, três dias foram suficientes para jogar por terra tudo isso.
Você não sabe? Como não? Todos sabem.
Qualquer judeu já ficou sabendo do seguidor que o negou.
Os estrangeiros também cochicham pelos cantos.
Até seus irmãos também se calavam quando ele chegava.
E de repente, depois de uma tormenta, uma noite fracassada e uma palavra, aqui estavam eles.
Estranhamente, Ele já estava assando o peixe.
Pão sobre uma pedra.
Sorrisos no rosto daqueles que por algum tempo, imaginavam que nunca mais O veriam.
Mas naquela roda um coração doía. Aquela tristeza que não queria deixa-lo.
A vergonha de ser um traidor.
A decepção de decepciona-lO.
Essa com certeza seria a hora perfeita para Ele.
No meio de todos aqueles que o ouviram dizer que morreria por Ele.
Entre outros que, no fundo, também o julgavam.
Era o momento dEle de dizer algumas poucas e boas verdades.
Nada seria mais lógico.
Mas Ele nunca foi lógico. Ele era o Amor andando sobre a Terra.
"-Pedro, tu me amas?"
Acredito que o apóstolo tenha pensando que era alguma piada.
"Como assim? Eu o nego e Ele me vem perguntar se o amo? Aquela noite não foi uma demonstração suficiente?"
"-Pedro, tu me amas?"
"O que queres de mim? Não sirvo mais para ti."
"-Pedro, tu me amas?"
"Senhor, tu sabes de todas as coisas; tu sabes que eu te amo."
Aquelas perguntas curaram o coração despedaçado de Pedro.
Jesus, melhor do que ninguém, sabia que Pedro não precisava de acusação ou reprovação.
O Seu olhar naquela noite já lhe havia dito tudo.
Pedro precisava ter sua alma curada.
Precisava alcançar o perdão para si mesmo.
Somente Ele podia dar o descanso e a certeza de que era possível amá-lO de todo o coração e não ser rejeitado pelo Seu Amor.
Cristo nunca foi nomeado para acusar. Ele sabe o quanto um ser humano é capaz de acusar-se a si mesmo. E o quanto a tristeza do peso do pecado e da traição pode ser insuportável (afinal, seu amigo Judas não resistira ao peso da culpa e sucumbira).
Naquela praia, Ele nos deu uma certeza: seu Amor jamais recusará um coração contrito. Seu perdão não tem limite, não vem com taxa embutida ou com crédito até o limite de cem pecados na vida.
Ele ama. Ele perdoa. Ele cura almas feridas. Ele resgata tanto pecadores, quanto filhos que se perdem no caminho.
Ele morreu por TODOS os pecados da sua vida. Todos são todos.
Não pelos menos feios ou menos escandalosos.
Todos. Sem exceção.
Sem data limite. Sem restrição.
Todos.
Ontem Ele sentou na areia para curar Pedro.
Se você permitir, hoje Ele pode se sentar à beira de sua cama para lhe trazer o que a sua alma precisa.
Um olhar.
Uma pergunta.
Uma certeza.
Um homem curado.
Uma nação impactada.
Uma vida a serviço do Seu Amor.
Para o livro, Promessas e não Probabilidades.
Sua sempre, Rachel=)
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