Sempre defendi que SER um amigo não é a mesma coisa de TER um amigo.
Você pode SER amigo de 1001 pessoas, e TER apenas um amigo.
SER um amigo não é fácil, mas é menos difícil do que TER um amigo. E eu explico:
SER um amigo é SER digno de confiança. SER conselheiro. SER ouvidos. SER o ombro amigo. SER prestativo, mesmo que seja a uma da madrugada. É SER para o outro.
TER um amigo é TER com quem compartilhar a vida. TER a quem contar segredos. TER um ouvido pronto a te escutar as três da manhã. TER um espelho. TER em quem se escorar na caminhada.
Por muitos anos eu apenas pude SER amiga, e creio que desempenhei muito bem esse papel. Lágrimas, risos, segredos, cochichos, alegrias. Tudo isso e muito mais. E eu soube como carregar tudo dentro de mim. Para cada pessoa criei uma caixinha decorada de purpurina aonde depositava detalhes de uma vida.
Mas, por mais que eu estivesse rodeada de pessoas que confiavam em mim, eu não tinha tantos a quem confiar meus fardos.
Mas tenho descoberto, principalmente nesses últimos meses, o valor do TER um amigo. Longe ou perto, TER alguém com quem compartilhar rotinas e segredos não tem comparação. Alguém que te aconselha sem você pedir e te entende, ainda que nas entrelinhas. Alguém que não precisa de legenda para compreender o que vai no seu coração. Alguém que sempre se adianta em falar aquilo que você precisa ouvir.
SER um amigo é segurar o outro enquanto ele corre rio abaixo, preserva-lo dos perigos das correntezaas e das pedras.
TER um amigo é como mergulhar em uma piscina sob o sol de verão: é TER a certeza de que não tem correnteza para te levar para canto nenhum e você ainda pode aproveitar toda a delícia da água doce.
Aos meus amigos, que tenho e de quem sou, muito obrigada.
Sua sempre;
Rachel
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