... mas precisava ser assim?
Escolhemos ser e estar assim, mas isso não significa que precisávamos estar assim.
Surpreendo-me com meus pensamentos; definitivamente, algumas ideias não são minhas.
Desde quando fomos dignos de algo?
Se éramos bons e "perfeitos", isso justificava o que tínhamos?
Significava que éramos dignos?
Ou que tínhamos por que fazíamos o que devíamos e não fazíamos o que não devíamos?
Enganamo-nos a nós mesmos acreditando que um dia fomos dignos de merecer estar em algum lugar, ou ser alguém,
ou carregarmos uma bandeira hasteada.
Não nos tornamos Filhos porque fomos chamados dignos.
Não nos tornamos alvo do Amor de Deus porque um dia amamos a Ele,
ou retribuimos, em alguma proporção ridiculamente pequena o que Ele fez por nós.
Se somos amados, somos porque Ele nos amou e ponto.
Sem quês, sem porquês (e isso não entra na minha cabeça, confesso).
Mas é assim e ponto. E pronto.
Eu entendo seu questionamento: é que às vezes parece simples demais.
Às vezes queremos aplicar algum esforço pessoal para nos sentirmos dignos.
Mas quando a compreensão (ainda não total) de que nunca,
jamais fomos ou seremos dignos do Amor e da Graça e da Misericórdia
e da Fidelidade e da Compaixão e da Bondade e da Justiça
e da Mansidão do Pai e do Seu Filho;
quando este vislumbre de sanidade chega ao nosso entendimento,
aí sim, talvez, possamos compreender que não importa o meu esforço,
o preço que eu pague, as obras que eu faça,
o tanto que eu deixe de ser ou fazer;
eu só serei amada porque Ele me ama, e não porque eu sou digna.
Isso sim, muda muita coisa!
E é assim, e isso sim, só pode ser assim.
Não estar no Centro desse Amor é uma escolha individual,
mas é inevitável ser amado.
E não é porque você é digno de ser...
É que Deus gosta dEle mesmo! (outro dia escrevo sobre isso)
Com suspiros de saudades de Casa
Sua sempre,
Rachel=)